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Somente um ponto no fim de semana mineiro. Preguiça, desorganização e um pouco de boa vontade.

  • Foto do escritor: Frank Moreira
    Frank Moreira
  • 28 de nov. de 2016
  • 4 min de leitura

Mais um fim de semana magro para o futebol mineiro e somente o América, já rebaixado, conseguiu conquistar um ponto ao final da rodada. Nada de surpreendente nisso e no post da semana passada essa possibilidade já havia sido desenhada, pois temos três times com o mínimo de interesse em jogar futebol e os resultados só poderiam espelhar esse espírito. Desde que escapou do rebaixamento o Cruzeiro só cumpre tabela e se conseguiu alguns pontos foi no susto ou no acaso, o Atlético, após perceber que não seria campeão, sequer lutou de verdade pela terceira colocação e o América é o América e não há como exigir mais dele do que ele pode oferecer.


O Coelho enfrentou o ainda ameaçado Sport e empatou em casa por 2x2, resultado que mostra a péssima fase dos pernambucanos que estão sem vencer por três jogos e ainda correm risco de cair para a Série B. Na última rodada recebem o Figueirense em casa e até com o empate correm risco de rebaixamento. A sorte do time da Ilha é que o Inter joga fora de casa e a chance de vencer o Fluminense é muito pequena. Danilo e Michael marcaram para o América, que terminará sua participação na Série A longe de casa, em um jogo contra o Peixe, na Vila Belmiro. Risco de goleada e certeza da derrota, infelizmente.


No Horto o Atlético recebeu o São Paulo em um jogo amistoso que serviu somente para mostrar três coisas: a fragilidade do São Paulo que terá que se reinventar sob o comando de Rogério Ceni, a inoperância defensiva do Atlético, que sempre consegue um jeito de ajudar o adversário a marcar o seu golzinho e a boa vontade da equipe e da torcida atleticana após a saída de Marcelo Oliveira. O discurso é de que o time já foi mais organizado e que a estrutura tática passou a existir, diferentemente dos tempos do antigo comandante. Simplória análise de um time que jogou em casa contra outro que não tinha o menor interesse na partida e que também está em crise técnica e tática há muito tempo. O gol atleticano foi marcado por Hyuri e os paulistas viraram o jogo com Maicon e Gilberto. O time atleticano era absolutamente reserva e o foco total da equipe está na segunda partida da Copa do Brasil, quarta-feira, na Arena Grêmio. Foi mais uma oportunidade para atletas que pouco jogaram nesse ano mostrarem seu valor, e a oportunidade tem ainda mais importância quando se pensa que no próximo ano o time terá novo técnico e nova filosofia de trabalho. Aproveitar uma chance como a de ontem pode ser a diferença entre ser mantido e ser dispensado de um grupo em que a concorrência é tão alta como a do Atlético era nesse ano. Melancolia na despedida de Belo Horizonte e certamente veremos um time alternativo no confronto contra a Chapecoense na última rodada. Com 62 pontos na tabela o alvinegro não tem mais nada a fazer no campeonato, já que não pode alcançar a terceira colocação e nem pode perder a quarta.


Fonte: www.internacional.com.br


No Beira Rio o Cruzeiro era a esperança de muita gente para antecipar o rebaixamento do Inter, mas somente os mais empolgados ou inocentes poderiam esperar algo de diferente do time celeste, que já faz hora extra na competição há um tempo e que não tinha a menor motivação para mudar essa postura diate do desespero colorado. Poucas partidas fora de casa eram tão fáceis de se ganhar como a de ontem e ainda assim o Cruzeiro conseguiu perder por 1x0, com direito a golaço de Valdívia em arrancada da intermediária de defesa e gols perdidos por Robinho e Ábila que deixariam Deivid com inveja. Dois chutes da linha da pequena área, de frente pro gol, sem marcação e duas bolas para fora. Incrível, vergonhoso e de entristecer a torcida azul, que quer ter boa vontade com o time mas que acaba perdendo a paciência em lances como esses. A derrota era esperada, mas a ideia era que seria diante de uma pressão gaúcha em um Beira Rio lotado e efervescente. Ela veio em marcha lenta, contra um time desmantelado tática e emocionalmente e perante um público mediano e que mais chorou (literalmente) do que torceu. As atuações do time estrelado foram incrivelmente ruins e nomes como Bryan, Ezequiel, Cabral, Marcus Vinícius e William foram abaixo da crítica. O atacante do bigode, que vem sendo titular de Mano há alguns jogos, teve atuação ridícula e não conseguiu nem por um segundo passar alguma esperança de gol para a torcida celeste. Ábila entrou em seu lugar, deu umas três caneladas na bola e conseguiu perder um gol feito, dentro do gol, chutando com a perna boa e sem marcação. Um retrato da temporada e talvez a melhor coisa que poderia acontecer na frente de Mano, que terá a indigesta missão de conseguir reformular esse elenco sem contar com o aporte financeiro que gostaria. Que a torcida se prepare para nomes como Willians e Alano sendo reintegrados ao elenco por terem feito um final de 2015 decente com o atual treinador, em sua primeira passagem. Na última rodada o Cruzeiro recebe o Corinthians, ainda acreditando em Libertadores, no Mineirão, e uma vitória pode permitir que o time mineiro termine ao menos uma rodada entre os 10 melhores do campeonato. Pouco provável e medíocre, mas é um fato curioso e não me recordo de o time estrelado já ter tido uma temporada assim no passado.


De emocionante para a última rodada somente a queda do Inter, que acontecerá. O colorado deve perder para o Fluminense no Rio, pois o time é péssimo e mal treinado, e com isso irá para a Série B, já podendo comemorar de ter deixado ao menos um último momento de vitória diante de sua torcida. Cair jogando em casa é mais sofrido e deixa marcas mais profundas. Se cair no Rio haverá menos mídia, menos violência (ponto alto) e muito menos lágrimas para serem registradas pela mídia nacional.

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