Cruzeiro mostra as mesmas fraquezas e amigos de Cazáres fazem jogo de showbol em Pernambuco.
- Frank Moreira
- 21 de nov. de 2016
- 5 min de leitura
Mais um fim de semana passou e a 36ª rodada do Campeonato Brasileiro praticamente terminou. Hoje ainda teremos o esperado confronto entre Corinthians e Internacional, em São Paulo, que pode praticamente sacramentar a queda do Colorado e também tem muito valor para os paulistas que ainda sonham com a Libertadores. O Palmeiras venceu e está a um empate de ser campeão, pois contou com os empates de Santos e Flamengo e o Figueirense já garantiu sua vaguinha na Série B do ano que vem após ser massacrado pelo Vitória do fenômeno Marinho por 4x0 no Barradão.
Os times mineiros mantiveram sua sequência ruim na competição e por mais uma rodada não conseguiram nenhuma vitória. O América foi até Porto Alegre enfrentar os reservas do Grêmio e foi atropelado como se enfrentasse os titulares. O placar de 3x0 poderia ter sido mais elástico se não fosse o clima amistoso do tricolor gaúcho, que aproveitou a oportunidade de enfrentar o pior time da competição para poupar seus principais jogadores para o jogo de ida da final da Copa do Brasil, quarta feira, no Mineirão. Com a vitória os gaúchos atingiram 53 pontos e estão somente a uma vitória de alcançarem o G6. O Coelho se manteve com incríveis 27 pontos e ostenta 34 gols negativos em seu saldo. O clima já é de Série B e o futebol, como aconteceu em todo o campeonato, também é.
No Mineirão o Cruzeiro parecia acreditar na remota chance de ir para a Libertadores e começou o jogo mostrando o seu novo terceiro uniforme e muita vontade contra o vice líder Santos. Firme na defesa e bastante ágil nos contra ataques a equipe mineira se impôs por toda a primeira etapa e o placar de 1x0 conquistado em golaço de Arrascaeta fazia um pouco de justiça no placar. Se William não fosse tão inofensivo em suas finalizações certamente a vitória teria sido garantida ainda nos primeiros 45 minutos de jogo. No segundo tempo o velho Cruzeiro de 2016 apareceu e 20 minutos de apagão foram suficientes para o Santos virar o jogo. Lucas Romero recuou de forma bizarra uma bola para Rafael e Ricardo Oliveira se aproveitou para bater por debaixo das pernas do goleiro cruzeirense. O gol deixou o time celeste perdido em campo fazendo o Santos crescer muito e em jogada pela esquerda do ataque Copete entrou na área para sofrer pênalti absolutamente desnecessário do mesmo Romero. Mais uma vez Ricardo Oliveira conferiu e deslocou Rafael na cobrança. Minutos após a virada Santista o Cruzeiro conseguiu entrar no jogo novamente, mas se viu na mesma situação de tantas vezes durante esse ano – posse de bola, toques laterais e milhares de cruzamentos sem nenhum perigo para o gol adversário. Para completar a frustração azul o melhor jogador do Cruzeiro em campo, Arrascaeta, foi expulso após entrada mais dura no adversário e deixou os mineiros com um a menos até o final da partida. Para mudar a frustração de lado, Manoel completou cruzamento de cabeça e empatou o jogo, minimizando o sofrimento cruzeirense e matando de vez a esperança santista em alcançar o rival Palmeiras na ponta da tabela. O nome do jogo, para variar, foi o exótico árbitro Heber Roberto Lopes, que conseguiu desagradar aos dois lados como têm costume de fazer.

www.espn.com.br
Tenho uma opinião bastante clara sobre times que se formam como o Cruzeiro se formou em 2016. Do caos e da falta de planejamento jamais sairão coisas boas de verdade e mesmo nos melhores momentos possíveis sempre acontecerá uma conjunção cósmica para mostrar as deficiências do time. Seja em uma falha individual de um excelente jogador, seja em uma sorte do adversário, seja em um erro de arbitragem ou até mesmo na mais pura falta de competência para realizar ações simples. O Cruzeiro é o que ele é e não adianta a torcida achar que bons momentos esporádicos em jogos esporádicos são suficientes para se pensar em um 2017 menos sofrido. Aquele que acompanha o Cruzeiro sabe que o que é preciso não é somente melhorar uma ou outra posição para que possamos ter mais resultados ou mais sucesso. O time precisa ser passado a limpo e jogadores que não são mais confiáveis (ou que nunca foram) precisam deixar de fazer parte do elenco. Não adianta ter uma série de boas promessas e jogadores com lampejos de técnica e acreditar que serão eles que irão te elevar a níveis mais determinantes de competitividade. O Cruzeiro precisa de uma cara nova e, infelizmente para o bolso do clube, ela não passa pelo grupo de jogadores que hoje compõem o elenco estrelado. Vale lembrar 2013 quando o Cruzeiro se renovou de forma drástica e conseguiu mudar o espírito acomodado e perdedor que a turma anterior vinha carregando.
Em Pernambuco um jogo que tinha tudo para ser extremamente burocrático e pouco interessante chamou a atenção e Atlético e Santa Cruz empataram em 3x3. Somente os ataques foram a campo e as defesas serviram somente de coadjuvantes para as investidas ofensivas. Pelo lado do Santa Cruz o excelente Keno infernizou a defesa alvinegra e foi responsável por quase todos os ataques do tricolor e a dupla de zaga atleticana não demonstrava nenhuma confiança em diminuir os espaços para a revelação do Brasileiro. Giovanni ainda fez várias defesas importantes e impediu a derrota dos mineiros, que tiveram em Fred o seu destaque da partida. O centroavante deixou o dele, incomodou a defesa do Santa Cruz e ainda conseguiu uma assistência mágica para o terceiro gol, de Hyuri. Clayton fez o segundo gol atleticano e também apareceu com muita vontade quando acionado. O jogo comprovou a força do elenco do Atlético que tinha em campo um bom goleiro, Marcos Rocha voltando pela direita, Rafael Carioca, Carlos Eduardo, Cazáres, Clayton e Fred entre os titulares. Se a vitória não veio podemos atribuir o fato ao fraco poder defensivo da equipe que, mesmo com os titulares, tem apresentado muitas falhas nesse setor.

Fonte: www.blogs.diariopernambuco.com.br
O Santa Cruz também já está rebaixado e o público de menos de 4 mil pessoas mostrava que não há amor que se sustente em uma campanha tão ruim. O Atlético se complicou ainda mais em conseguir buscar a terceira colocação e a vaga direta para a fase de grupos da Libertadores e o foco principal certamente está nas finais da Copa do Brasil que se iniciam na próxima quarta feira, no Gigante da Pampulha. Ao Atlético só o título interessa e essa conquista será a única possibilidade de transformar um ano conturbado em vitorioso, garantido o sucesso de Marcelo Oliveira no comando da equipe e justificando o altíssimo investimento feito na montagem do melhor elenco do Brasil.
Na próxima rodada o América recebe o Sport em jogo importantíssimo para os Pernambucanos, que se veem em situação complicada na luta contra o rebaixamento. O Cruzeiro irá até Porto Alegre visitar o desesperado Internacional e o resultado do jogo de hoje em São Paulo pode até permitir ao Cruzeiro decretar o rebaixamento do Colorado. O Atlético, entre finais de Copa do Brasil, receberá em Belo Horizonte o São Paulo em um jogo que certamente terá caráter de amistoso. Não me assustará em nada se tivermos mais um fim de semana sem vitórias para os mineiros.
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