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Adeus fantasma. Seja bem vindo, 2017.

  • Foto do escritor: Frank Moreira
    Frank Moreira
  • 17 de nov. de 2016
  • 4 min de leitura

Não há mais ameaça de rebaixamento. A vitória sobre o Sport, em uma Ilha do Retiro lotada, com clima hostil e mais uma vez com um futebol de pouca criatividade, foi emblemática e trouxe à tona todos os momentos malucos que o Cruzeiro viveu em 2016. Mas a vitória veio e não há como o torcedor cruzeirense não se mostrar aliviado por ver que por mais um ano o fantasma do rebaixamento foi colocado de lado e que, também por mais um ano, esses mesmos torcedores terminarão o Brasileiro com a sensação de que era preciso muito pouco para ao menos estarem na Libertadores em 2017.


O nível do campeonato foi baixíssimo e a competição instável demais, de forma que matematicamente ainda há chance de a equipe celeste conseguir uma vaga, por mais que saibamos que isso é uma ilusão de ótica pregada pela tabela. Duas ou três vitórias a mais nos jogos ridículos que fez em casa colocariam o Cruzeiro na briga direta pelas sei lá quantas vagas que o Brasil terá para o ano que vem e saber disso é ainda mais decepcionante pelo fato de o time de Mano Menezes ter tido desempenho de classificado no segundo turno.


A escalação da equipe ontem tinha algumas anomalias que temos visto nos últimos jogos. Romero improvisado na direita, nenhum armador de criatividade, William de titular e, especialmente nesse jogo, os cruzeirenses ainda contaram com a ilustre presença de Bryan na lateral esquerda. É fato que o jovem lateral não comprometeu, mas é absolutamente surreal perceber que ele é a alternativa que há para o lugar do também irregular Edmar. A despeito disso tudo, o time foi até melhor do que se esperava e se não fosse a falta de capacidade de William em finalizar as jogadas, a vitória teria sido bem mais tranquila, pois o Sport foi inofensivo em quase todo o jogo e criou pouquíssimo, limitando-se aos lampejos do excelente Diego Souza e da habilidade anárquica de Rogério pelas pontas.


Fonte: www.goal.com


Quando o time pernambucano conseguiu sua melhor chance em pênalti estranho cometido por Lucas Romero, a mística de Rafael entrou em cena e o goleiro, que já é bom defendendo ainda ganhou um importante aliado: o Travessão. Diego Souza rebolou, fez paradinha, se ajeitou, sentou e bomba e carimbou o poste superior do gol cruzeirense e quis o destino que no contra ataque do pênalti o time celeste conquistasse um escanteio que resultou no gol da partida. Henrique, o capitão estrelado, pegou o rebote na área e fuzilou Magrão, abrindo e fechando o placar.


Pouco se viu em termos de qualidade e criatividade pelos dois times e o que foi produzido no jogo refletiu de forma perfeita o que foram as equipes no Brasileirão. Não cairão por serem menos piores que aqueles abaixo deles, mas sem a menor condição de pensarem em algo acima disso. O Sport, aliás, poderia se complicar ainda mais se não tivesse conseguido um presente do Grêmio que fingiu jogar na rodada passada e hoje estaria muito mais preocupado com a turma de trás que está tentando escapar da série B.


O ano celeste acabou e por mais que ainda faltem 3 jogos para fechar a tabela, nada mais do que esses 9 pontos podem ser conquistados e talvez ainda haja alguma importância neles, mesmo que somente para os adversários. O Santos pensa em título, mesmo que improvável, o Internacional precisa se safar e o Corinthians pode chegar na última rodada com alguma chance de Libertadores. Isso significa que ainda podemos ver alguns bons jogos da equipe de Mano Menezes que precisa usar os últimos instantes de 2016 para entender quais serão aqueles atletas que permanecerão no elenco no ano seguinte. Muita gente ficou de fora desses últimos jogos por lesão e muitos outros voltarão de empréstimos feitos no ano passado e início desse ano, mas a sensação do torcedor cruzeirense é que se juntar todos em uma panela, talvez não saia nenhuma solução no final e a ideia passa sempre por contratar jogadores de peso. Fora da Libertadores e sem o dinheiro necessário não vejo isso acontecendo e Mano terá que mostrar ser capaz de fazer uma limonada dos limões que a Diretoria irá lhe oferecer.


Por último mas não menos importante, mais cedo eu recebi um texto de um amigo pelas redes sociais e achei interessantíssimo como ele retrata uma realidade na vida do Cruzeirense em 2016. Apesar de cruel em alguns momentos ele mostra como o torcedor tem dificuldade em se desapegar de algumas tradições e medalhões e isso pode significar uma oportunidade de fazer um novo craque aparecer. Não sei exatamente a fonte original do texto e que o autor me perdoe, mas sinta-se creditado caso leia esse texto:


"Você tem uma Ferrari mas ela não tem motor, só a lataria, ela é uma herança que você não sabe muito de onde veio, mesmo assim ela está estacionada na sua garagem e impressiona os vizinhos. Qualquer um que criticar a sua Ferrari você fica bravo, são modinhas, que não entendem o que ela representa.


Um dia roubam a sua Ferrari e você é obrigado a comprar outro carro, daí seu dinheiro só da para comprar um Volkswagen Gol. No começo você pensa que não irá sobreviver mas aos poucos percebe que este Gol te leva na padaria, na praça, no estádio e até faz viagens para fora da cidade.


Em dois meses seu inconsciente diz que um Gol é melhor do que a Ferrari mesmo sendo apenas um Gol, mas que faz algo fundamental na sua atividade principal: ser um veículo de transporte particular "que anda".


Obrigado Rafael."


Fonte: www.blogs.uai.com.br

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