Pensem o que quiserem, mas Miroslav Klose foi uma lenda do futebol.
- Frank Moreira
- 2 de nov. de 2016
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Já questionamos muito o futebol alemão, especialmente no passado quando tínhamos a convicção de que eles praticavam um futebol extremamente diferente daquele que julgávamos ser o mais vistoso ou interessante. Vários craques jogaram por lá e muitos fizeram bastante sucesso, mesmo com esse rótulo, e mesmo com a história extremamente campeã da seleção do país, era um fato de que a Alemanha tinha uma sequência de gerações burocráticas e de estilo cansativo. Extremamente eficiente e vencedora, mas burocrática e cansativa.
Em meio a essa geração, em 1998, um jovem atacante de 20 anos estreava pelo pequeno Homburg e fazia apenas um gol em dezoito jogos disputados, mas já mostrando que possuía os predicados adequados para seguir em frente sua careira como centroavante. No ano seguinte o mais conhecido Kaiserslautern apostou na promessa e contou com seu talento por 147 jogos, nos quais marcou 52 gols. Nesse momento, Klose não era mais um anônimo no futebol e sim um atacante de peso no futebol de seu país, tão conhecido pelos avançados habilidosos que as últimas gerações haviam apresentado. A missão de substituir Jürgen Klinsmann no ataque da seleção alemã era muito ingrata, pois se tratava de um dos maiores centroavantes da era moderna do futebol europeu, mas Klose mostrou que conseguiria cumprir a missão sem titubear.
Em 2002 já era jgador da seleção quando chegou na final da Copa do Mundo contra o Brasil e mesmo com a derrota por 2x0 o jogador conseguiu capitalizar mais uma boa oportunidade em sua carreira e acabou se transferido para um dos grandes da Alemanha, o Werder Bremen. No novo time, Klose disputou 132 jogos e marcou 63 gols, sendo titular absoluto do ataque e já consolidado também como titular na seleção de seu país. Na segunda temporada pelo Bremen, Klose jogou 26 jogos e marcou 25 gols, sendo mais uma vez convocado para representar seu país em uma Copa, dessa vez em casa.

Fonte: www.veja.abril.com.br
Após mais uma semifinal Copa e outra temporada como artilheiro o poderoso Bayern de Munique quis contar com os gols de Klose e em 2007 o artilheiro estrearia pelos bávaros exatamente contra seu ex-clube, Werder Bremen, em jogo válido pela Copa da Liga Alemã. Quis o destino que os dois times disputassem o título alemão daquele ano e no final a conquista ficou com o Bayern, mostrando que a escolha da troca de clube não poderia ser melhor. Klose deixaria de estar em um clube coadjuvante em seu país e passaria a disputar os maiores campeonatos do mundo com totais chances de ser campeão. Em Munique Klose deixou a marca de 53 gols em 150 jogos disputados.
Após o final da temorada 2010/2011 a história no gigante alemão chegou ao fim e Klose se transferiu para o futebol italiano, defendendo as cores da equipe Romanista da Lazio. Na nova casa Klose contribuiu com 64 gols em 171 jogos e foi justamente lá que decidiu encerrar a gloriosa carreira. O anúncio veio sem muita surpresa, já que o alemão já havia se aposentado de sua seleção e, com 38 anos, não estava mais em um nível de competitividade que lhe garantia ser sempre titular ou contribuir da mesma forma que já havia feito anteriormente.
A maior marca da carreira de Klose veio em sua seleção, já que com a pesada camisa alemã o goleador conseguiu superar o brasileiro Ronaldo e se tornou, em 2014, o maior artilheiro de todas as Copas do Mundo. Com 16 gols, contra 15 de Ronaldo, Klose gravou seu nome na história e sabe que dificilmente terá sua marca quebrada em um curto intervalo de tempo, já que as carreiras dos atletas de alto rendimento não são mais tão longevas como antigamente e, de forma bem objetiva, não se fazem mais centroavantes como Klose e outros de sua geração. Cristiano Ronaldo e Messi, nomes unânimes entre os melhores do mundo na última década, não contam com seleções que lhes permitam demonstrar em números o que fazem pelos seus clubes.
Miroslav Klose jogou pela seleção alemã 137 jogos e marcou 71 gols, números extremamente expressivos e que mostram a presença do atacante que nem sempre foi titular. É importante lembrar que nomes como Lukas Podolski e Mario Gomez foram contemporâneos de Klose e dividiram com ele o protagonismo na seleção de seu país. O último gol marcado pela Alemanhã, quis o destino, foi na maior vitória da história dos tetracampeões mundiais contra o Brasil, em jogo váido pela Copa de 2014 no estádio do Mineirão, em plena semifinal do torneio.
Vale a pena ver os 16 gols de Klose em Copas do Mundo:
Foram 755 jogos na longa carreira de 18 anos como profissional, 304 gols marcados, o que lhe dá a eficiente média de 0,4 gols por jogo, maior artilheiro de todas as Copas, artilheiro em todos os clubes pelos quais passou, referência ética e moral no seu esporte e respeitado em todos os continentes como um profissional de sucesso. Se há uma hora certa para um esportista encerrar a carreira, a de Klose era exatamente esa, sem se desgastar e sem despertar nos fãs a sensação de que já era um ex-jogador em atividade. O futebol agradece.
Vereos Klose atuando como um "estagiário" de Joachim Löw no comando da seleção de seu país, já pensando em uma futura carreira como treinador ou em algum outro cargo dentro do futebol. Sorte dos jogadores que terão conselhos preciosos de um dos maiores goleaores de seu tempo, finalizador com as duas pernas e especialista em bolas aéreas.
Como uma pequena homenagem, vale a pena assistir alguns dos melhores momentos do artilheiro fazendo o que sempre fez de melhor:
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