Mano Menezes: Confiança que chega a assustar
- Frank Moreira
- 23 de out. de 2016
- 3 min de leitura
O Cruzeiro fez uma partida muito boa no meio de semana quando eliminou o Corinthians após vencer por 4x2 no Mineirão. A confiança da equipe em um bom desempenho na reta final da Copa do Brasil aumentou e a possibilidade de um título tão importante em uma temporada marcada por todos os erros estratégicos possíveis beira o surreal. Após o jogo a grande pergunta que veio à cabeça da torcida azul foi se Mano Menezes mandaria a campo contra o Vitória, hoje à tarde, um time misto ou os titulares para tentar dar mais um passo para longe da série B.
A pergunta foi respondida minutos antes do jogo e Mano decidiu colocar em campo um time muito mais alternativo do que se imaginou, pois vimos nomes como Bruno Ramires e Denílson em campo. Bruno Rodrigo, Lucas, Edmar, Henrique, Romero, Robinho, Sóbis e Ábila foram poupados e ainda assim o Cruzeiro conseguiu fazer um começo de jogo com boa posse de bola e algumas chances de finalizar. A necessidade de vitória dos baianos pesou muito no aspecto emocional do jogo e os comandados de Argel Fucks erravam muito no último passe, sempre entregando a bola de graça para o Cruzeiro. Após o nervosismo inicial, o Vitória se assentou em campo e começou a ditar as ações do jogo, pressionando a saída de bola e atacando com mais perigo. O Cruzeiro, que estava em seu momento mais inofensivo na partida, chegou ao seu gol após cobrança de escanteio de Arrascaeta e desvio de cabeça de, acreditem, Ariel Cabral. O gol cruzeirense desestruturou as linhas do Vitória que passou a forçar as jogadas sem nenhuma organização, enquanto os mineiros trabalhavam a bola com tranquilidade e valorizavam muito sua posse.
No segundo tempo, logo aos 9 minutos, o zagueiro Léo fez falta em um inspirado Kieza e recebeu seu segundo cartão amarelo no jogo. Com um a menos, Bruno Rodrigo entrou no lugar de Arrascaeta e o Cruzeiro já mostrou para todos que estacionaria um ônibus na frente do gol. Nesse momento do jogo começamos a perceber quem seria o homem da partida, pois Rafael já fazia defesas importantes e saía do gol com muita firmeza nas bolas aéreas. Chutes de média distância e cruzamentos a todos momento foram a tônica dos ataques dos baianos e o Cruzeiro conseguia se safar da pressão sem sofrer o gol de empate, até que Manoel resolveu colocar um pouco de emoção no jogo ao fazer pênalti totalmente desnecessário em Kieza. Cárdenas bateu mal e Rafael pegou com tranquilidade, atingindo a incrível marca de 4 defesas em 5 pênaltis cobrados enquanto esteve no gol celeste. A vitória por 1x0 foi um prêmio para a "coragem" de Mano, que acreditou na força do elenco e na vontade daqueles que há muito não jogavam pelo time celeste.
Fonte: www.goal.com
No passado o treinador disse que a prioridade do clube seria manter-se na série A, caso tivesse que escolher e, logo na primeira oportunidade de fazer essa escolha, ele poupou quase um time inteiro para o jogo da Copa do Brasil, no meio da semana. Inusitado, corajoso e meio irresponsável. Se perdesse o Cruzeiro seria ultrapassado pelo Vitória e, no momento em que escrevo esse texto estaria na mesma posição, mas somente um ponto na frente do primeiro time do Z4. O próximo jogo do time celeste é fora de casa contra o forte Atlético PR e uma derrota não seria nenhum tipo de surpresa, podendo até voltar a frequentar a zona do rebaixamento. Nada disso aconteceu, o time abriu 6 pontos do Z4, praticamente escapou do risco de cair, Mano será exaltado pela ousadia e no meio da semana ainda poderá ter um time muito mais forte contra o Grêmio pelo jogo de ida da semifinal da Copa do Brasil.
Quarta-feira, 21:45, Mineirão, Copa do Brasil. Algo perto de 50.000 torcedores cruzeirenses estarão em campo para apoiar um dos poucos "incaíveis" do futebol brasileiro.
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