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Vendo a convocação, Tite pode melhorar ainda mais suas opções.

  • Foto do escritor: Frank Moreira
    Frank Moreira
  • 21 de out. de 2016
  • 5 min de leitura

Tratarei a convocação da Seleção Brasileira para os jogos contra Argentina e Peru, pelas Eliminatórias para a Copa do Mundo, de forma diferente. Tite está muito bem e conseguiu subir a seleção de patamar em tempo recorde e as quatro vitórias seguidas já encheram os corações brasileiros de orgulho como há muito tempo não víamos. Não preciso mais falar disso e sabemos que a perspectiva para os jogos é excelente.


O que não estamos discutindo é como Tite poderia melhorar essa lista, pois temos nomes controversos e ainda vemos alguns jogadores cujas ausências não têm a menor justificativa. A ideia é tentar entender melhor o que o treinador pensa e fazer com que ele pondere sobre as mudanças que são necessárias para o Brasil virar a Alemanha do futebol de hoje em dia.


Vejamos a convocação para essas duas partidas e o que poderíamos fazer de diferente:


GOLEIROS Alisson - Roma (Itália) Muralha - Flamengo Weverton - Atlético-PR


São 3 bons goleiros, sem dúvida alguma, mas essa lista não ter Diego Alves, do Valência - ESP, é algo completamente sem sentido. O recordista de defesas de pênaltis na história do Campeonato Espanhol já se provou no gol um milhão de vezes e ainda tem a característica de crescer muito em jogos considerados grandes. Muralha pode sair da lista sem se sentir desprestigiado por nenhum motivo e Alisson e Weverton seriam os reservas imediatos de Diego.


ZAGUEIROS Gil - Shandong (China) Marquinhos - PSG (França) Miranda - Inter de Milão (Itália) Rodrigo Caio - São Paulo Thiago Silva - PSG (França)


A turma é boa, muito boa mesmo. Talvez não precisemos mudar nada dessa lista, porém é importante entender que quando se pensa em seleção é necessário trabalhar com a formação e com a consolidação de alguns nomes para o futuro. Com isso na cabeça seria interessante ter na lista o zagueiro ex-Atlético MG, Jemerson. O jovem jogador está no futebol francês e já mostrou que tem um talento refinado, uma condição física invejável e um futuro muito promissor. Gil é um excelente zagueiro, mas com a volta de Thiago Silva deve ter poucas oportunidades e Rodrigo Caio é um jovem valor e entra no mesmo conceito de Jemerson. Alguns anos de reserva de Miranda, Marquinhos e Thiago Silva podem os promover do campo das promessas para um patamar de realidades no futebol mundial.


LATERAIS Daniel Alves - Juventus (Itália) Fagner - Corinthians Filipe Luis - Atlético de Madrid (Espanha) Marcelo - Real Madrid (Espanha)


Como eu já disse anteriormente, nas laterais temos um problema em potencial pela direita. Daniel Alves é um jogador espetacular e enquanto tiver condições físicas certamente será o titular da seleção. O problema é quando ele não puder jogar, seja por suspensão ou uma lesão. Não há reservas à altura e a convocação de Fagner é algo absolutamente inexplicável, pois o corinthiano é extremamente limitado e nem por um dia de sua vida mostrou capacidade para estar entre os 23 de nossa seleção principal. O único nome que ainda pode ser trabalhado no atual futebol brasileiro é o de Danilo, jogador do Real Madrid e que ainda oscila bastante, sem conseguir se firmar como titular nem no time merengue. Hoje, em caso de necessidade de alguém entrar pela direita, eu optaria pela improvisação com a ida de um zagueiro ou volante para o lado do campo. Que Daniel Alves tenha vida longa e muita saúde!


MEIAS Casemiro - Real Madrid (Espanha) Fernandinho - Manchester City (Inglaterra) Giuliano - Zenit (Rússia) Lucas Lima - Santos Paulinho - Guanghzou (China) Philippe Coutinho - Liverpool (Inglaterra) Renato Augusto - Beijing (China) Willian - Chelsea (Inglaterra)


Na lista de jogadores e meio de campo a sensação é de que temos nomes de menos expressão e que poderíamos melhorar muito a convocação. Quando paramos para analisar, percebemos que os 8 atletas convocados realmente têm muita condição de vestir a camisa da seleção. Com a volta de Casemiro, Rafael Carioca foi cortado e com isso o único nome que merece alguma discussão é do volante Paulinho. O jogador, ex-atleta de Tite no Corinthians, é o homem de confiança do treinador, mas tenho a nítida impressão de que essa confiança será minada com o tempo e que outros jogadores aparecerão em seu lugar. De qualquer, forma não é absurdo pensar em Paulinho no banco da seleção para jogar no lugar de um volante que se machucou ou foi suspenso, mas é sem sentido aceitar que o jogador seja titular com tantos nomes de qualidade. A seleção joga no 4-1-4-1 e o primeiro jogador à frente da zaga deve ser Casemiro, os dois outros meias que jogam mais centralizados na segunda linha de quatro jogadores podem ser Renato Augusto e Fernandinho ou até mesmo Phillipe Coutinho que já jogou muito assim no Liverpool.


ATACANTES Douglas Costa - Bayern de Munique (Alemanha) Roberto Firmino - Liverpool (Inglaterra) Gabriel Jesus - Palmeiras Neymar - Barcelona (Espanha)


Nada a declarar nessa lista e é o único setor da seleção que temos algumas unanimidades. Neymar e Douglas Costa devem formar as pontas da segunda linha de 4 jogadores e Gabriel jesus está mais do que consolidado no comando do ataque. Firmino é uma excelente opção para entrar quando necessário e o máximo que podemos pensar é em diminuir um jogador na lista de meio de campo e acrescentar um outro nome mais à frente, como, por exemplo, o de Lucas Moura. O jogador do PSG está muito bem no futebol francês e não há motivos para não receber uma oportunidade com Tite, ao menos para se analisar como seria seu retorno. É uma possibilidade de acrescentarmos mais velocidade e habilidade ao nosso ataque no caso da ausência de algum dos titulares.


Fonte: www.globoesporte.com


Percebam como os tempos mudaram. Em escalações anteriores nós estávamos sempre com um sem-número de jogadores que todos queriam na seleção e que os treinadores anteriores não convocavam por dezenas de razões diferentes. Hoje existe uma maior aceitação com a lista de Tite, além da grande demonstração de boa-vontade pela mídia que passou a se relacionar com a comissão técnica de forma mais simpática e menos contestadora. Tite tem os méritos dessa transição, pois sempre construiu ao seu redor um mundo de bons relacionamentos, provavelmente já pensando que em seu futuro lhe aguardava uma oportunidade de ser o treinador mais importante do país.


Do jeito que está, seremos grandes novamente. É excelente saber que ainda dá para melhorar muito. Não podemos desconsiderar, também, a possibilidade de novos nomes surgirem ou ganharem força nos dois anos que ainda faltam até o início da Copa do Mundo da Rússia, em 2018. Tite já declarou que tem cerca de 80% do grupo fechado e é esse tipo de afirmação que pode depor contra o treinador no futuro. Um jogador de seleção pode até se sentir confortável ao saber que o treinador lhe dá confiança, mas é necessário que haja a gana de se provar a cada jogo, sabendo que os melhores sempre serão privilegiados e que o comodismo jamais passará em branco em um ambiente tão competitivo como deve ser o de uma seleção brasileira.

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