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Um empate e duas derrotas. Times mineiros fracassam no fim de semana.

  • Foto do escritor: Frank Moreira
    Frank Moreira
  • 17 de out. de 2016
  • 6 min de leitura

Ainda teremos mais um jogo hoje à noite, mas podemos dizer que encerramos mais uma rodada do Brasileirão. Após os jogos de ontem nenhum dos três times mineiros mudou de posição na tabela e somente o Cruzeiro conseguiu subir um ponto na sua luta contra o rebaixamento.


Em São Paulo o América foi derrotado com muita facilidade pelo Corinthians por 2x0, gols de Rodriguinho e Romero, e continua sua luta inútil contra o inevitável rebaixamento. O Coelho tem 21 pontos na tabela e precisa ganhar os 7 jogos que restam e ainda torcer por resultados negativos de seus adversários. Foi mais uma partida bastante ruim do time mineiro e se não foi goleado foi pela falta de interesse do Corinthians em arriscar um pouco mais no jogo. O destaque do jogo foi o meia Rodriguinho, ex-América, que criou várias chances para os companheiros e fez um belíssimo gol acertando uma bola de primeira no ângulo do goleiro americano. Com a vitória o Corinthians chegou aos 48 pontos e só perde a vaga no G6 para o Atlético-PR por ter uma vitória a menos. O América vem de 4 derrotas consecutivas e enfrenta o Furacão em Belo Horizonte no próximo fim de semana.


Fonte: www.torcedores.com


No Mineirão o Cruzeiro recebeu a Chapecoense e não conseguiu tirar o zero do placar. Duas bolas na trave, várias chances claras de gol e um pênalti perdido não adiantaram de nada para a raposa conseguir os três pontos que seriam de suma importância para mais um passo gigantesco em busca da sobrevivência no campeonato. Foi uma das melhores partidas em casa do Cruzeiro que vem tendo grandes dificuldades de jogar no Mineirão, e o domínio das ações foi completo. A equipe catarinense assistiu os mineiros jogarem no primeiro tempo e certamente comemoraram o fato de não estarem perdendo por 2 ou 3 gols de diferença. No segundo tempo a equipe azul continuou pressionando, mas sem a força da etapa inicial e pôde-se perceber um maior desgaste físico sendo apresentado. O Cruzeiro havia jogado na quinta-feira de noite tendo pouquíssimo tempo de recuperar os atletas e o resultado foi o pedido de substituição do capitão Henrique ainda no intervalo do jogo. Mais uma vez Ariel Cabral entrou e não acrescentou em nada, assim como William que também entrou no lugar de Rafael Sóbis. Um pênalti cavado por Ábila poderia ter dado a vitória para a equipe celeste, mas o próprio centroavante argentino correu para a bola e viu o excelente goleiro Danilo defender com os pés uma cobrança mal executada, no meio do gol. O final do jogo foi de pressão da equipe mineira que ainda teve mais chances com Robinho e Alisson, mas sempre parando na atuação perfeita da dupla de zaga e nas finalizações para fora. Com o empate o Cruzeiro se manteve na 12ª posição exatamente atrás da Chapecoense. Com 38 pontos os mineiros precisam de mais duas vitórias nas últimas 7 partidas para escapar do fantasma do rebaixamento. O próximo jogo será fora de casa contra o adversário direto, Vitória, no domingo às 17:00.


Fonte: www.baudocruzeiro.blogspot.com.br


O espetáculo bizarro da rodada aconteceu no Rio de Janeiro onde o Botafogo recebeu e venceu o Atlético MG por 3x2. O time carioca chegou a abrir 2x0, cedeu o empate e acabou fazendo o gol da vitória praticamente no último minuto da partida. O destaque negativo dessa partida foi a arbitragem de Wagner Reway que deixou de dar um toque de mão no primeiro gol do Botafogo e não deu uma falta clara em Carlos Cesar no lance que originou o gol da vitória dos cariocas. Os dois lances foram relativamente claros e por si só já seriam motivos suficientes para a reclamação alvinegra no final da partida, mas dois fatos foram observados e causaram estranheza naqueles que assistiram o jogo e acompanharam as notícias sobre ele veiculadas. No primeiro gol do Botafogo o árbitro mostrou uma estranha necessidade de chamar para si a responsabilidade na tomada decisão e fez questão de não ouvir seu auxiliar que, na hora do gol, não correu para o meio do gramado confirmando o tento botafoguense. Outro ponto extremamente discutido foi o fato de Wagner ser um árbitro da Federação Maranhense de Futebol mas já ter um acordo com a Federação Carioca para integrar seu quadro para o próximo ano - a informação já havia circulado internamente nos bastidores e causou muita estranheza quando da confirmação do árbitro para a escala do jogo. Daniel Nepomuceno, presidente do Atlético MG, garantiu que vai à CBF para pedir pelo fim do sorteio dos árbitros em jogos do Brasileirão, pois, segundo o entendimento do clube mineiro, é necessário que em jogos de maios importância sejam escalados árbitros com mais experiência para não haver comprometimento do resultado final dos jogos.


Fonte: www.goal.com


Três ponderações acerca de fatos:


A primeira é que o Atlético, mais uma vez, falhou demais e mesmo tendo chance de atropelar o Botafogo no segundo tempo acabou sendo muito tímido e se "contentou" em empatar o jogo. Foi castigado no final da partida em um lance que é especialidade da defesa atleticana, a bola aérea. Que se reclame da arbitragem mas não se esqueça da fragilidade da defesa alvinegra que por mais uma vez deixou de capitalizar pontos que poderiam colocar o clube bem mais vivo na disputa do título.


A segunda é que, sem forçar demais a memória, me lembro de o Botafogo ser beneficiado em três jogos que eram importantíssimos, cada um em seu momento: Cruzeiro no Mineirão, quando as equipes estavam muito perto uma da outra na tabela e a arbitragem foi duramente criticada. Internacional no Rio de Janeiro, com a marcação de um pênalti extremamente duvidoso bem no final do jogo e Atlético MG, ontem, com interferência direta em dois dos três gols cariocas. É nossa obrigação entender que é muita coincidência e que muita coincidência no futebol sempre nos faz pensar demais.


A terceira é sobre o pleito do Atlético de se acabar com o sorteio. Me deem um motivo de achar que já sabermos qual será o árbitro de um jogo com mais antecedência ou de sabermos que alguns determinados árbitro mais "graduados" sempre apitarão os maiores jogos irá trazer alguma tranquilidade a mais para clubes como Atlético, Cruzeiro, Grêmio, Inter, etc. Se os clubes de fora do dito eixo RJ-SP já se mobilizam em reclamar quando não há (em teoria) nenhum tipo de direcionamento da arbitragem, o que podemos esperar de uma realidade na qual teremos alguns árbitros ganhando cadeira cativa em alguns jogos?


Os árbitros são ruim, péssimos, até. Sem critério, sem preparo emocional e até sem o devido suporte e não há escala no mundo que fará um ser humano que de dia é funcionário público, policial ou médico, por exemplo, e de noite vai apitar um Cruzeiro e Atlético valendo a vida, não falhar em demasia. É preciso cercar as possibilidades de erro, é preciso profissionalizar para se capacitar melhor. Qualquer profissão é assim e não consigo imaginar que no caso deles seria tão difícil de se conseguir bons resultados. Lembremos que na Europa a arbitragem é muito melhor do que aqui e em sua maioria é profissional, mas os erros ainda acontecem aos montes. A diferença é que quando se erra por lá a reclamação que ouvimos é a da falha humana (na maioria das vezes, é claro) e não da tendência em se favorecer A ou B.


Sejamos mais inteligentes. Pensem o que custaria para os 40 clubes da série A e B fazerem uma divisão do custo de se manter um quadro de 30 ou 40 árbitros profissionais, com salários melhores e que os dessem condição de se dedicar de forma exclusiva à essa profissão. Para quem consegue pagar milhares de reais para jogadores de nível extremamente mediano, isso seria uma cosquinha. Além disso, nesse caso, pagar os árbitros não seria nada arriscado ou tendencioso, pois todos pagariam valores iguais para bancar essa estrutura e com isso não haveria nenhum motivo para termos tratamento diferenciado a um time ou outro. Todos teriam voz ativa para trabalhar na melhor metodologia de definição de escalas e até mesmo na forma como as regras devem ser aplicadas no que se diz respeito aos critérios e suas exceções.


Se essa não é uma boa solução, ao menos é uma alternativa, assim como teríamos dezenas de outras, se quiséssemos. Repito o que já falei em episódio anterior (VENDA DE MANDOS DE CAMPO). Não adianta os clubes brasileiros reclamarem em uma semana e se fingirem de mortos em outra, pois serão beneficiados e prejudicados com a frequência de sempre e nossas segundas-feiras terão sempre a mesma trilha sonora.

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