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Tenista australiano mostra a pior forma de lidar com o sucesso

  • Foto do escritor: Frank Moreira
    Frank Moreira
  • 13 de out. de 2016
  • 3 min de leitura

Nick Kyrgios é talentoso., bastante talentoso. O tenista Australiano de 21 anos já é o número 14 do ranking da ATP e desde que entrou no circuito profissional sempre apresentou um nível de tênis acima da média, dando a entender que muito em breve estaria disputando os títulos de Grand Slam e se juntaria aos melhores na corrida pelo topo. Na semana passada venceu um torneio em Tóquio e chegou para o Masters 1000 de Xangai como um dos favoritos, mas já na segunda rodada foi eliminado pelo alemão Mischa Zverev com parciais de 6-3 e 6-1.


O problema não foi a derrota e sim o comportamento de Kyrgios durante a partida. Inexplicavelmente, ainda no primeiro set, o australiano começou a desperdiçar pontos de propósito e dar saques por baixo da bola, sempre olhando o adversário devolvê-los sem esboçar nenhum esforço em defender os pontos. Um clima estranhíssimo se instaurou na quadra e o público começou a vaiá-lo toda vez que fazia algo do tipo. O árbitro da partida chegou a adverti-lo, dizendo que ele era "um jogador profissional e que não podia fazer isso" e Kyrgios, irônico, respondia perguntando se ele podia "chamar o jogo para o recomeço para que pudesse ir embora mais cedo para casa". Não se identificou nada que tivesse acontecido em quadra para despertar o comportamento totalmente antiprofissional do atleta e no segundo set, seguindo a mesma linha, chegou a bater boca com um torcedor que cobrou dele "respeito com o jogo": "Você quer vir aqui jogar? Sente-se, cale-se e assista".


Ao final do jogo o tenista foi participar da coletiva com a imprensa e não fez a mínima questão de mostrar algum arrependimento ou de tentar minimizar o desgaste que seu comportamento poderia vir a trazer. Quando perguntado sobre o que havia o motivado a dar esse bizarro espetáculo, argumentou da seguinte forma:


"Foi apenas difícil. Obviamente eu joguei muitas partidas consecutivas. Cansado fisicamente, mentalmente cansado. É por isso que eu estou tentando trabalhar com a possibilidade de ser consistente cada semana. Apenas tomei o caminho mais fácil esta noite e, obviamente, não fiz tudo que podia. Eu não estava muito frustrado. Eu só bati para fora um pouco, eu acho."


Quando perguntado sobre o fato de ter que entregar ao publico uma apresentação mais digna, já que eles haviam pagado ingressos pelo jogo, o australiano terminou de irritar a todos, dizendo:


"Eu não devo nada a eles. É escolha minha. Se você não gosta, eu não lhe pedi para vir. Apenas saia. Se você é tão bom em dar conselhos e tão bom no tênis, por que não é tão bom quanto eu? Por que não está no circuito? Você quer comprar um bilhete? Venha me ver. Você sabe que eu sou imprevisível. É a sua escolha. Eu não devo nada a você. Não afeta como eu durmo à noite."


Fonte: www.businessinsider.com


PASSADO DE CONFUSÕES


A "gracinha" de ontem pode sair bem mais cara do que o imaginado. Além da derrota e de uma premiação menor na competição, como não é a primeira vez que Nick Kyrgios se envolve em uma polêmica durante competições da ATP, pode ser multado financeiramente pela entidade.


No ano passado, em Wimbledon, o tenista recebeu uma pesada multa de 10 mil dólares por gritar palavrões em uma das partidas e por ter comportamento semelhante ao de ontem no jogo contra o francês Richard Gasquet. Em outro caso, até mais grave que esse, o australiano ofendeu Stan Wawrinka em uma troca de quadras dizendo que "um amigo dele havia dormido com a namorada do Suíço".


O argumento de Kyrgios é fraquíssimo, pois se diz uma estrela e quer que todos ao seu redor entendam e aceitem isso. Aparentemente, em sua concepção, uma estrela do tênis tem o direito de se comportar da maneira que quiser e o público que paga para vê-lo em quadra deve agradecer pela oportunidade. Caso queira o mínimo de prosperidade nesse esporte que é tão elitizado e que preza tanto pelo comportamento ético de seus atletas, ele terá que jogar como jogou, por exemplo, Jonh McEnroe. O tenista americano também dava alguns espetáculos malucos em quadra, mas se garantia dentro dela para estar sempre disputando com os melhores. Um 14º lugar do mundo não é razão suficiente para Kyrgios querer desfrutar da "imunidade" que as lendas conquistam. A imaturidade do tenista de somente 21 anos pode significar que sua carreira será abreviada de forma significativa se a ATP perceber que é um risco tê-lo dentro do circuito de tenistas profissionais.


Veja abaixo a "fanfarronice" do jovem tenista:



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