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Três pontos e cinco posições. Elevador azul enche a torcida de confiança.

  • Foto do escritor: Frank Moreira
    Frank Moreira
  • 9 de out. de 2016
  • 5 min de leitura

Não foi uma atuação de gala e muito menos uma goleada, mas para um time que estava na zona de rebaixamento e enfrentava uma das equipes mais regulares da competição, a vitória por 2x0 sobre a Ponte Preta mostrou claramente ao torcedor cruzeirense que o time está focado em permanecer na primeira divisão. Com a vitória a raposa chegou aos 36 pontos e agora precisa de mais 9 para se garantir matematicamente fora da série B no próximo ano. De forma objetiva, vencendo somente os jogos que tem em casa o time mineiro já poderá respirar aliviado e ainda terá pelo menos 3 jogos fora contra adversários diretos que podem facilitar ainda mais o seu caminho.


O jogo de ontem tinha um efeito interessante na tabela, pois se perdesse o Cruzeiro ficaria na zona de rebaixamento e ainda poderia cair mais uma posição caso o Figueirense derrotasse o Botafogo no complemento da rodada. Com a vitória, os mineiros subiram várias posições e terminarão a rodada em 12º, deixando para trás Internacional, Vitória, Sport, São Paulo e Coritiba, times que já realizaram seus jogos.


Desfalcado de Arrascaeta que servia a seleção e Manuel, lesionado, Mano Menezes escalou o mesmo ataque que jogou contra o grêmio, com Robinho, Rafinha, Sóbis e Ábila e Léo completou a dupla de zaga ao lado de Bruno Rodrigo. O time azul apertou desde o começo e por mais que a Ponte Preta tentasse dificultar a armação das jogadas, o Cruzeiro sempre retomava a bola com velocidade e a posse de bola no primeiro tempo, de 62%, mostrou isso claramente. Ainda no começo do jogo, jogando dessa vez pela direita, Rafael Sóbis conseguiu boa jogada na base da vontade e chegou ao fundo para cruzar. A bola passou por toda a defesa campineira e caiu no peito de Ábila que afundou as redes adversárias. Sem tentativa de chapéu, sem tapinhas e sem dribles desnecessários. Somente uma bomba de canhota no meio das pernas do goleiro Aranha que chegou a tocar na bola, mas não conseguiu evitar o gol. O jogo seguiu com a mesma tônica por todo o primeiro tempo e o time paulista não conseguia criar absolutamente nada. Ao Cruzeiro, faltava somente o segundo gol que lhe garantiria mais tranquilidade para buscar os necessários 3 pontos. Após muito domínio e mais nenhum gol, o primeiro tempo terminou com muitos aplausos da torcida azul, que viu um time aguerrido, ocupando bem os espaços no campo e não permitindo que o adversário se organizasse em nenhum setor.


Fonte: www.globoesporte.com


No segundo tempo a pressão foi ainda maior e a Ponte que já não estava bem, caiu ainda mais de produção e passou a se contentar com chutões e lançamentos longos sem nenhum tipo de organização. O Cruzeiro continuou crescendo, com as chances se sucedendo e uma pequena ansiedade batia na torcida que, na fase atual do time, sempre pensa que um lance isolado do adversário pode virar gol. Já na reta final da partida Robinho, agora se acostumando a decidir os jogos, fez mais um com a camisa celeste e matou o jogo. Após boa trama pela esquerda o meia recebeu de Rafinha e fez o que faz de melhor, deu um tapa sutil na bola que ganhou o canto esquerdo baixo de Aranha, fazendo a festa da China Azul que mais uma vez foi destaque nas arquibancadas do Mineirão.


O jogo terminou ao som de olé da torcida Cruzeirense e com a Ponte tocando a bola de um lado para o outro, como que esperando o apito final para acabar logo o sofrimento. O Cruzeiro volta a jogar na próxima quinta-feira contra o líder Palmeiras, na Fonte Luminosa em Araraquara, e a Ponte recebe o Vitória no Moisés Lucarelli. A derrota deixou a Macaca na 10º posição com 39 pontos e já está a um jogo somente do Cruzeiro, que ganha no saldo de gols. O time campineiro não pode se acomodar no campeonato e as duas derrotas seguidas que sofreu, justamente para os rivais mineiros, acendeu uma luz de alerta para os paulistas.


Mano Menezes gostou muito do que viu e elogiou a força de conjunto da equipe. Quando perguntado sobre o substituto de Edimar, suspenso com 3 cartões amarelos, o treinador confirmou a escalação de Bryan, que atuará pela primeira vez desde a chegada de Mano. Em sua entrevista após o jogo reforçou também que o time e a torcida não podem se iludir com essas duas vitórias e achar que tudo está resolvido, pois não há mais margem para erros e para correr atrás de pontos perdidos:


“Outra coisa é não cair na armadilha do futebol. Tivemos muita superação contra o Grêmio e ganhamos de 4 a 0 da Ponte lá. É aquela pegadinha que você não pode escorregar. Não temos possibilidade de adiamento. Falei isso com os jogadores. Não dá para deixar para depois e depender de ninguém que não seja a gente. E os jogadores estão entendendo isso. O comprometimento deles com a questão tática mostrou isso.”


“Tinha uma frase da fórmula 1 que o Galvão Bueno sempre dizia que era "uma coisa era chegar e a outra coisa era passar". O futebol também tem muito disso. Então, melhoramos o entendimento, fechamos o segundo jogo sem sofrer gol. Isso, se der uma olhadinha para trás vai ver que há muito tempo não acontecia, vai dando confiança para a defesa, vai dando confiança aos atacantes para não precisar fazer três, quatro gols para ganhar um jogo. O torcedor vai sentindo que a equipe não sofre, como hoje não sofreu. A Ponte quase não chegou ao gol do Rafael. Isso é mérito. Jogamos contra equipe difícil de marcar. Enfrentamos o goleador do ano, o Roger, com 50 gols.”


Falando um português bem claro, o Cruzeiro precisa sim comemorar, fazer sua parte e terminar logo mais um ano para se esquecer em sua história. Vitórias espremidas contra times medianos não podem ser o que um clube tão grande tem em seu projeto e sabemos que Mano não pensa dessa forma. No ano anterior, a saída do treinador deixou a sensação de que se tivesse ficado no comando do time até essa temporada certamente teria colocado o Cruzeiro entre os favoritos ao título. As experiências com Deivid e Paulo bento significaram um desperdício de tempo que não seria perdoado de forma alguma pelo futebol e o que o Cruzeiro fez foi adiar em um ano o trabalho de Mano frente ao clube celeste. Que o time não caia, que Mano fique, que a Diretoria deixe de ser amadora e que 2018 tenha a cara que o torcedor Cruzeirense gosta de ver. Alto nível, competitividade e briga por títulos.



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