Atlético joga pela janela a chance de pressionar os líderes
- Frank Moreira
- 6 de out. de 2016
- 4 min de leitura
A rodada 29 do Brasileirão será dividida entre o meio e o final dessaa semana devido aos jogos das eliminatórias. Sim, eu sei que é ridículo falar que é por isso, mas é o que vem sendo dito. De qualquer forma a rodada será dividida e quando pensamos nos três times que estão disputando o título de campeão tivemos o Atlético jogando ontem e Flamengo e Palmeiras jogarão no fim de semana. O time carioca, segundo lugar no campeonato, receberá o fraquíssimo Santa Cruz, vice-lanterna geral do campeonato e lanterna do segundo turno. O líder Palmeiras enfrentará o também fraquíssimo América em um jogo que será disputado em Londrina, já que o time Mineiro “vendeu” o mando de campo (sim, isso existe).
Ontem era a chance do Atlético passar o Flamengo e ficar a dois pontos do Palmeiras colocando um calor na disputa, que não vem acontecendo. Os três times estão repetindo resultados e se mantendo sempre com as mesmas distâncias já há muito tempo. O jogo fora de casa contra o Corinthians era para ser um desafio, especialmente por sabermos que o alvinegro paulista está desfacelado, sem nenhum padrão de jogo e vive apenas de boas atuações individuais de seus jogadores. Não há mais nenhuma peça diferenciada no elenco corinthiano e, com exceção de Angel Romero, ninguém parece conseguir agradar o torcedor. Esse cenário fazia com que o time mineiro chegasse para o jogo com muito mais confiança e com a real possibilidade de vencer em um estádio tão hostil como é a Arena de Itaquera. Muito desfalcado, o time de Marcelo Oliveira foi para campo com o que era possível de se escalar, já que perdeu muitos jogadores por lesão e para a rodada das eliminatórias sul-americanas do meio de semana. Ainda assim o Atlético conseguiu entrar em campo com um time muito confiável e apresentou um quarteto ofensivo que tinha Clayton e Hyuri jogando aberto, Robinho flutuando e Fred como referência de ataque. Vale ressaltar que o centroavante atleticano quase ficou de fora do jogo por um desconforto estomacal e somente minutos antes da partida foi confirmado no comando do ataque.

Fonte: www.globoesporte.com
A partida foi intensa, mas isso não é exatamente um elogio. A marcação frouxa e a falta de capacidade das equipes em construir ataques mais agudos deixava a sensação de que nada aconteceria e nos poucos momentos em que tivemos alguma chance mais clara de gol, sempre esbarramos na falta de capricho dos jogadores. No primeiro tempo o Atlético teve três excelentes chances em contra ataques e em duas delas Hyuri entrou na área pela esquerda e mostrou que não tem a menor vocação para decidir, chutando duas bolas para fora de forma incrível. Clayton também teve uma excelente chance e finalizou muito bem, cruzado no canto esquerdo de Walter, que operou um pequeno milagre. Assustadoramente, o time paulista foi prejudicado pela arbitragem dentro de seus domínios e o árbitro Rodolpho Toski demorou muito para marcar uma falta inexistente do atacante Gustavo no zagueiro Gabriel.
Foram muitos lances criados, um volume exageradamente grande, até. E sempre terminavam com finalizações por cima ou chutes sem muita dificuldade para os goleiros. Pelo que vimos, poderíamos ter mais duas horas de futebol que não sairíamos do 0x0. Nos últimos minutos do jogo, Leandro Donizete foi expulso após cometer falta em Rildo e isso fez com que o Corinthians pressionasse um pouco mais, mas ainda sem dar amostras de que abriria o placar.
Muito ouvimos nos últimos dias sobre Marcelo Oliveira não conseguir dar força ao time através de padrão de jogo e variação tática e o Atlético já foi considerado até “mal treinado” por boa parte da mídia, mas o que se viu em Itaquera foi um jogo relativamente controlado e em que as peças individuais não conseguiram decidir quando as oportunidades apareceram. Se Hyuri ou Clayton estivessem com o pé calibrado a vitória teria sido conquistada e provavelmente todos estariam exaltando a postura ofensiva de Marcelo em um jogo tão complicado e fora e casa.
O fato é que o empate serviu de nada para os dois times. Os paulistas continuaram se mantendo afastados da disputa pelas vagas da Libertadores e os mineiros não chegaram no Flamengo, diminuindo em um só ponto a vantagem do Palmeiras. Se cariocas e paulistas fizerem o dever de casa nesse fim de semana abrirão, respectivamente, 4 e 7 pontos para o Atlético e isso significa 2 e 3 jogos de diferença na tabela. De forma objetiva, os mineiros jogaram fora a chance de passar os adversários nos confrontos diretos que terá contra ambos, jogando em seus domínios. Para que alcance o líder é necessário que o Palmeiras fique sem pontuar por 3 rodadas e o Atlético vença as três. Quando pensamos que só faltam nove rodadas completas para o término da competição seria muito pouco provável de termos tantos tropeços justamente dos times que se mostraram mais regulares até agora.
Na 30ª rodada o Atlético recebe o América no clássico mineiro e tem tudo para conseguir os 3 pontos do jogo, mas verá o Palmeiras receber o desesperado Cruzeiro. No Rio de Janeiro teremos um FlaxFlu que vale a vida para os dois, pois o Fla quer manter possível a chance de título e o Flu quer se aproveitar do aumento das vagas para a Libertadores e integrar o G6 ao final do Brasileirão.
Como disse o próprio Marcelo Oliveira ao final do jogo, "o título ainda está em aberto". Entratanto, a cada ponto que se deixa para trás a chance de conseguir uma reviravolta na tabela vai ficar menor e menos provável.
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