As primeiras impressões sobre Dak Prescott em Dallas.
- João "Jones" Garcia
- 23 de set. de 2016
- 3 min de leitura
Os torcedores do Dallas Cowboys estavam ansiosos para o início da temporada de 2016 da NFL após o fracasso da última temporada. Porém, assim como aconteceu em 2015, Tony Romo, quarterback e principal estrela do time, se lesionou seriamente colocando em dúvida seu retorno ainda neste ano. Um baita motivo para desanimar qualquer torcedor apaixonado. Porém, desta vez, não era Brandon Weeden, Matt Cassel ou Kellen Moore (que juntos somaram 11 derrotas e apenas uma vitória na ausência de Romo) que iria substituir Tony Romo. Esta responsabilidade caiu no colo de Dak Prescott, calouro de Mississippi St. selecionado na quarta rodada do draft. Suas primeiras atuações como titular na temporada regular vêm arrancando elogios dos torcedores, comentaristas esportivos e amantes da bola oval. Alguns até, equivocadamente, começaram a desmerecer Tony Romo. Os torcedores de Dallas têm realmente motivos para tamanho entusiasmo?
Dak Prescott faz parte do grupo de quarterback’s móveis, cada vez mais presente na NFL. Mesmo sem a força de Cam Newton ou a velocidade de Russell Wilson é comum ver Prescott saindo do pocket e lançando em movimento, usando sua mobilidade para escapar das blitz e até castigando as defesas adversárias em jardas improvisando com as pernas. Sua capacidade de “mover as correntes” e proteger a bola enquanto conduz o ataque é o que mais impressionou os torcedores até agora. Mesmo acumulando uma vitória e uma derrota nos dois jogos da temporada, Dallas teve maior tempo de posse bola que seu adversário. Foram mais de 36 minutos de posse contra os Giants, que tiveram apenas 23 minutos. Os Cowboys também superaram seus oponentes em porcentagem de terceira decida e foram iguais ou superiores na quantidade de first down’s. Foram 24 first down’s em cada uma das partidas disputadas, sendo que mais da metade destes foram provenientes de passe.
Além disso, foram necessários apenas dois jogos como starter para o jovem QB quebrar recorde: é o calouro com maior número de tentativas de passe seguidos sem sofrer nenhuma interceptação. Foram 75 tentativas de passe em dois jogos sem sofrer turnover, deixando para trás a antiga marca de 72 passes de Warren Moon em 1984.

Porém, nem tudo são flores enquanto Dallas está atacando. O time acumula apenas 4 touchdown’s em dois jogos, e todos eles foram correndo com a bola. Isto mesmo, Dak Prescott ainda não passou para TD na temporada regular. Para dar maior profundidade ao dado: oito quaterback’s tem mais do que 4 passes para TD. Acrescentando negativamente ao calouro, dos 75 passes por ele tentados até agora, foram completados apenas 47. Uma porcentagem de aproveitamento de 62,7%, apenas a 18ª melhor marca entre os demais titulares. Sob o comando de Prescott o torcedor de Dallas também não viu nenhuma big play. O QB não completou nenhum passe para mais de 40 jardas e seu passe mais longo, até agora, foi de 29 jardas - a pior marca entre os titulares da NFL. Isso explica porque Cole Beasley, wide receiver que geralmente se posiciona no slot e executa rotas curtas, é o principal recebedor do QB até então.
Jerry Jones, dono da franquia, disse que Tony Romo deverá ser o titular logo quando ele estiver apto a jogar novamente. Parece ser uma decisão acertada. Romo é um ótimo quaterback e Dak pode aprender muito com o veterano, principalmente nos passes longos e em como utilizar Jason Witten e Dez Bryant na red zone. Prescott ainda tem entre 4 e 8 jogos garantidos como titular até a volta de Romo e essa sequência pode aumentar a confiança do calouro e a sincronia com seus recebedores. Com isso, seus números com certeza melhorarão. Os torcedores de Dallas devem sim ficar entusiasmados com Prescott. Romo já está velho e não deve demorar para se aposentar. Os Cowboys parecem ter garantido o futuro da franquia na posição mais importante e carente do futebol americano apostando no calouro de Mississippi St. que, juntamente com Ezekiel Elliott, running back (também) calouro e promissor e uma das melhores linhas ofensivas da liga, tem tudo para formar um dos ataques mais perigosos da NFL nos próximos anos.
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